Luzes
da aurora austral sobre o Território Antártico Australiano, 2007
Foto: Frederique Olivier AFP Photo
Planto
uma flor de lótus
por
entre linhas sem fim,
e
na superficie das lagoas paradas
pelo
tempo, renascem os caminhos
que
um dia quisemos,
só
nossos.
Da
suave brisa por onde me naveguei,
segui
as núvens mais distantes
querendo
ver as constelações,
aquelas
que os nossos dedos
tocavam,
nas noites de primavera,
…
só
nossas.
Esqueço-me
dos mares percorridos,
lembro-me
das palavras que
se
juntavam num mapa de latitudes
e
de longitudes,
sussurros
que os aparos riscavam,
como
os sonhos que riscaram
esta
pele gasta, tatuando-a,
por
vezes em dor,
por
vezes em saudade.
E
repetia-se mar, e repetiam-se
ondulações,
jamais tempestades.
Da
flor de lotus nasceram outras,
imagino
agora, da lagoa parada
onde
um dia banhámos os corpos,
ainda
hoje se devem refletir
as
constelações,
que
eu jamais encontrei
pelos
caminhos por onde me naveguei,
imaginei-te
agora,
hoje,
a madrugada está distante,
hoje,
o céu continua escuro,
repete-se
o mar,
ouço
o som suave dos violinos,
hoje,
repetem-se as ondulações.
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