segunda-feira, 15 de outubro de 2012

[… as imagens despem-se finalmente]

Paul Cézanne


as imagens despem-se finalmente, quão exaustas
das palavras sem prazo de validade; 
“ - Eternas...”, repetirás,

poderão resistir ainda algumas sílfides,
como as ondas que saltam a muralha que as quer dominar,
quais cavalos loucos sem destino que à mente sobrevivem;

“ - Súplicas mores que destinos...”, dir-te-ei.

Algures ouço algumas estrelas destapando o cendrado  anoitecer,
e nas brisas que encerram os ciclos em círculos,

segrego-me, ruem esconderijos por ti descobertos.

Sentar-me-ei apenas esperando que o breve santelmo
revele a bonança nas cores do arco-íris,

resistir-me-ei somente, 
finalmente,
desassossegada[mente]. 


2 comentários:

  1. "resistir-me-ei somente,
    finalmente,
    desassossegada[mente]."

    Perfeito!
    De um poeta excelente... só podem sair pérolas escritas.

    Beijo... amigo meu.

    Maria Valadas


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  2. Ah... essas pérolas que eu procuro...
    Agradeço-te querida Amiga Maria pelo acompanhamento, leitura.

    Um beijo meu

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