domingo, 1 de junho de 2014

Nada as prende nem âncoras aprisionadas entre rochedos submersos


Pudesse eu reter algumas imagens pela eternidade
O olhar fixo e longínquo que o sol consome quando o trote dos cavalos ribomba sulcando as espumas das ondas que se espraiam na busca de mais mar
Mais vazio.

Nada as prende
Nem âncoras aprisionadas entre rochedos submersos
Longe dos sussurros da nascente

Vejo-te pelas transparências das águas calmas
Ainda que não passe de uma ilusão desta Rota.

Se penso nos instantes à luz da beira-mar
O vento desfaz o que antes ouvia
Nem os longos arrastados marulhos resistem.

Alma incandescente que regressa
Já ali
Às rebentações das vagas (diz-se de esverdeadas)
Enquanto o respirar das grandes marés
Descansa imóvel a bombordo.

I

Pudesse eu esquecer-me
Apenas

Interrompendo os silêncios
Do navegar
Das sombras


Pelo amanhecer.



Sem comentários:

Enviar um comentário