quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

[és a parte que se perde de mim]


és a parte que se perde de mim
que parte sem aviso ou despojo desejo
insinuando o fogo

e o pensamento mais puro desta vida breve.

tudo reconstruo então

[menos as sombras]
que desaparecem pela noite afogando o eclipse
envolto pelos murmúrios dos amantes.

Desfiar-me-ia por ti

repentino

sem o sopro do vento aprisionado
alísio

algures a cegueira desassossega-me o tempo que resta
a alegria
as buscas patéticas
a apoteose
o caos.

Talvez a vontade resista

não o sei
jamais o saberei.

[sei-te

talvez]

(Ricardo Pocinho - O Transversal)


2 comentários:

  1. Respostas
    1. Muito obrigado pelo comentário Angela o que me dá ainda mais força para melhorar e continuar a escrever. Agradeço-te. Beijinhos

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