sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Há pessoas que constroem casas fora de si sem jardins (Sem mar calmo)


Há homens e mulheres que constroem Casas
Dentro de si sem jardins ou mares à vista
Dirão da falta de espaço do tempo fugitivo algoz
Despem-se entre tijolos nus sem o branco da cal
Absortos

Calcorreio o mar despojado de gentes onde
Alguns sonhos naufragam símiles a barcos de papel
Se em ti penso desfaço ondulações
Apressando chegadas mesmo que breves

Há jardins e mares desertos
Que limitam faces da Lua refletidas pelas Noites
Seguidas sem descanso
Por vezes são árvores arrancadas das raízes
Mais que profundos abraços à Terra quente
Outras vezes são pássaros libertados de gaiolas
Decorando salas vazias decapitadas

Passo por esta Terra que não me pertence refaz-se
Reconstrói sonhos eventuais viagens Além-mares
Onde nascentes alimentam marés balouçando amarras

Há pessoas que constroem casas fora de si sem jardins
(Sem mar calmo)
Queixam-se do tempo das tempestades que carregam
Deste Mundo

Desassossegos




Espalhados.


Sem comentários:

Enviar um comentário