quarta-feira, 28 de novembro de 2012

,disfarçam-se alguns outros



(I)

,é na orla que se escondem os corpos,
simples,

e as fuligens que restam, tão longe,
amontoam-se em pântanos,
apavoram-nos

esses interiores escuros, fingidos, frágeis,
finge-se.

,disfarçam-se alguns outros.

(II)

,tem vezes que anseio noite,
como fuga, arrojo exausto
símil à travessia gasta, desgastante o dia,

e quando as palavras, se destecem ponto por ponto,

perdidas como o vinho vomitado, inquieto-me.

, inquieta-me o odor do jasmim que se liberta
além

,além do mar.

,despontam pétalas que se espalham, invadem
as tardes de outono acastanhadas,

aquém-terra,

e já ali, mergulho, por este mar acima,
sem destino, sem pressa,
simples,

singro-me,

ou esqueço-me.

(III)

[a quem importa, se nem a mim?]





Textos de Francisco Duarte

2 comentários:

  1. a quem importa, se nem estou aí... Olá Ricardo, fui lá visitar seu recanto das letras, gostei bastante de encontrar você lá. Ainda bem o mundo literário não tem fronteiras e sempre encontramos pelo caminho autores que gostamos. Abraço em você e bom dia. Até mais ler...

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  2. Olá Helen. Bom revê-la por este meu espaço, ou no recanto. O mundo das letras e das palavras, jamais se poderia apenas direcionar num único sítio, existe uma palavra sábia liberdade, e esse é sempre o caminho de quem escreve. Abraço-te Helen, até mais por aí.

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