terça-feira, 29 de janeiro de 2013

,algures, tardiamente



,que o tempo não pare, nem deixe de parir tempos!

(I)

,e eu abrando,
repetem-se cenas, visões, nenhures imaginados,
criações sem nuvens em redor, ou alfazemas do campo
agarradas à terra seca, gretada,

,e eu abrando,

,o amar torna-se ridículo,
quando regressam os odores conhecidos,
como se à tarde existisse sempre, sempre
um esconder do sol,

,ou um poema por ler.

(II)

,transmuda-se a pele em escamas,
pela viagem sem partida, sem gestos,

mímica que os nevoeiros escondem,
tapam,
,lenços brancos esvoaçam símiles a bandos
de pássaros em migração constante, sem tino,
sem rota,
loucos.

(III)

,quantos os loucos.

(IIII)

,um dia abate-se o céu pelo peso das estrelas,

,eu, abrandar-me-ei,

agitando esse pó que me cobrirá
inexoravelmente,
implacável o ondear sem reflexo, nexo,

figuras, sombras, pessoas,

uma amálgama que se debaterá então.

,o tempo parará a loucura,
,as aves morrerão em pelo voo, suspensas,
acamadas nos cirros estáticos, eternizados,
enraizados no parir dos tempos.

(IIIII)

,e eu repetirei-me-ei,
,sem pejo, impedimento;

-As amendoeiras renasceram em flor, algures, tardiamente.”


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