domingo, 22 de abril de 2012

do dia




I

das lágrimas, se dizem purificadoras
por serem salgadas,

serão os sete mares
todos os choros da terra?

Sei que,
onde se esconde a noite tapam-se alguns pirilampos
prisioneiros da luz,

sei que,
a noite esconde os olhares das sombras,
algumas escondem-se
delas próprias para sempre, jamais saberei se os lirios trocam entre si as poesias,

onde tantas as vezes os referi.


II

do dia onde encontro a tua nudez,

vingam-se as noites em chuva,
apagando as velas que restam,

e na sedição que sempre revelou,

esconde aqueles cometas que um dia viamos
por entre as nuvens transparentes.

Ficam-me os sabores dos seculos que se eternizam

pelo mar onde me navego,


ao longe avisto a ilha deserta que sempre procurei,
uma noite,

miragem, direi,

no centro da tempestade, sou.






...
[do ciclo dos ventos, das primaveras, de mim, talvez de ti]



1 comentário:

  1. ___________gosto de pensar que és uma ilha
    que sou vaga
    e que levo comigo a Alma
    um pedaço de papel
    e que me escrevo ao teu lado
    para que possas saber-me
    ou pontuar-me

    nessa linha reta que traçaste

    AbraçoT

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