quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

[apenas quis]

Coluna de cinzas saindo do vulcão Etna, 2012,- @Davide Caudullo/EFE

Apagam-se algumas estrelas
e mesmo que sextantes as encontrem,
ficam vazios os horizontes,
desconhecidos, escreverei então,
perdi-me de ti,
desconhecia
como se encontram as águas,
como se de um rio nascesse mar.
Voam as sedas vermelhas além,
além do mar,
e no teu colo me deitava,
assim seja, dizias-me,
na imensidão de sonhos.
Quis-me o destino partida,
apenas quis,
nem uma gota de água transbordou
as margens só nossas,
onde banhávamos os pés cansados,
dos nossos caminhos, disseste-me,
no dia em que o beijo
afastou o vento norte.
Quis-me o destino partida
apenas quis,
sorriste quando escrevemos
poemas no areal que o mar,
um dia, escondeu,
recordar-me-às sempre,
disseste-me.
Jamais me esqueci do mar,
jamais me esqueci do nosso mar,
e hoje, escrevo-te amar,
apenas quis, digo-te,
apenas quisemos, dirás.



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