sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

[Lá fora, o dia escurece]



Nos dias que se querem dificeis
os acordares,
descolam-se algumas núvens
que me entram pela janela,
povoam-me o quarto,
humedecem-me as plantas
plantadas nos vasos de vidro
transparente.
Alguns pássaros também entram,
e cantam,
e rodopiam em voos rasantes.
Quando a brisa da hora certa
irrompe, então,
tudo sossega,
tudo regressa ao tempo infinito.
Olho-te no vagaroso readormecer,
e no sorriso de mar, em primavera
sonhado,
sei-te recomeçar o sonho
interrompido.
No arco-iris que persiste em ficar,
escondem-se algumas borboletas,
e um nenúfar nasce no soalho,
em silêncios.

Lá fora, o dia escurece.


1 comentário:

  1. *Fui e voltei no ondear fascinante do teu verso, tal um lento abrir e fechar de pálpebras embebidas de sonhos e sonos dos amores...belo...beijoka*

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