domingo, 26 de fevereiro de 2012

[as maresias suspensas de ti]

Neve nas Montanhas Duckyu Coreia do Sul Jeon Heon-Kyun—EPA

Liberto-me devagar dos labirintos
que tocam esta pele gasta,
dispo-a, reconstruo-a de seguida,
sem sal, sem algas penduradas,
em cada pingo deste mar de
fevereiro,
encontro revolta dos deuses,
e do teu odor a canela espalhado
por tantos areais,
encontro maresias suspensas,
algumas gaivotas que resistem,
pouco mais que lembranças,

pouco mais.

Desfazem-se as redes que o mar
um dia levou,
nascem corais,
e as madreperolas aguardam
regressos.

Da pele que reconstrui, ficaram
todas as tatuagens.

[Encontrei, finalmente, as maresias suspensas de ti].



1 comentário:

  1. Dizer que sou admiradora dos teus escritos é ser redundante...mas escrevi algo ontem depois que publiquei um comentário lá no luso...inspirado no teu poema [apenas quis], ainda não havia publicado...ando meio rebelde...rs
    Depois se puder leia...está no meu blog.
    Bjs estimado Poeta
    V.

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